Por Luara Fernandez
“O asfalto nos distancia muitas vezes da simplicidade bela de ser o que somos sem artefatos, sem artifícios”. Ao chegar na cidade após uma semana distante do cinza das avenidas, foi esse o primeiro pensamento que me surgiu. Correndo atrás de “coisas” as pessoas se coisificam. O sol nasce sem ser visto nas grandes cidades e a chuva que cai não é desejada. A natureza que os discursos dizem querer preservar não é vista como parte de nós. Pensamentos fragmentados. Nas cidades nossas crianças não aprendem sobre a origem dos alimentos e de tudo o que consomem. Nos enchem de comerciais, de notícias e de obrigações. Nos ditam padrões de comportamentos, de vestimentas e de consumo, pois são esses os indicadores do asfalto para classificar as pessoas. Calendários, relógios e espelhos.Fitas métricas, metas, estatísticas.Descobrir quem realmente somos e o que nosso ser realmente almeja exige reflexão e ousadia. Acordar da alienação que o asfalto gerou nas multidões é preciso. O que toca realmente o coração de cada um?